segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Anatomia dos Esportes de Combate


Para um trabalho bem planejado de preparação física conseguir suprir eficientemente as necessidades quanto à preparação técnica (de fato, a parte mais importante para lutadores), antes de qualquer coisa devemos selecionar os exercícios que serão utilizados. Assim, apesar de todos os avanços científicos nos meios e métodos utilizados com atletas de modalidades de combate, conceitos básicos como a observação das técnicas em referência à anatomia do movimento às vezes são negligenciados.

Lembramos que nossa análise será sucinta, pelo fato de que, se considerarmos as variações de técnicas e estilo de cada lutador e o fato de que, em muitos golpes, cada segmento corporal realiza movimentos diferentes, a probabilidade de combinações pode ser infinita.


Além disso, em algumas técnicas, existem mais de um músculo primário sendo solicitados; entretanto, para abordagem mais generalizada, nos atemos propositadamente somente aos músculos principais. Desse modo, apesar de se estabelecer que todos os grandes grupos musculares – tórax, costas, coxas e pernas, etc. – devam ser treinados, pois são exigidos durante os combates, procuramos esclarecer quais são as regiões mais solicitadas e, eventualmente, os tipos de ações musculares características dos golpes nessas modalidades.

Jiu-Jítsu


Nos momentos iniciais de um combate o que ocorre, de modo geral, é a possibilidade de o atleta projetar o oponente ou puxá-lo para sua guarda.

Principais músculos solicitados (técnicas de projeção) - Membros inferiores (músculos da cintura pélvica, coxa, perna e pé); região lombar e abdominal (solicitação ligeiramente inferior comparada à região lombar); região das costas (grande dorsal) e do tórax (peitoral maior).

Embora realizem algum trabalho de força máxima ou potência, de modo geral, as musculaturas do antebraço, região lombar, abdominal e pescoço, realizam trabalho de resistência muscular, porém com característica estática ou isométrica (Exemplo: Quando o atleta faz “pegada” no quimono do adversário, ele segura de 1 a 5 segundos – força isométrica – e solta, repetindo constantemente esse procedimento – resistência muscular).

Ainda, embora realizem algumas ações isométricas, as constantes mudanças de direção impõem maior demanda na resistência muscular para as musculaturas anteriores e posteriores do tronco e braços (grande dorsal, peitorais, bíceps e tríceps).

Salienta-se que grande parte dos golpes de projeção envolve rotação e, especialmente, a região lombar e abdominal sofrem grande demanda da capacidade de resistência e aplicação de força rotacional (aplicação de força em movimentos de rotação do corpo no próprio eixo, ou seja, entre a porção superior e inferior).

Principais músculos solicitados ("puxar para guarda") - ações de potência (para o salto de puxada) e/ou resistência muscular de baixa intensidade (nos deslocamentos no tatame) e força isométrica ou estática dos membros inferiores (ao comprimir as pernas ao redor do corpo do adversário – “fechar a guarda”). Além disso, ações de potência da região lombar e abdominal (para se defender de tentativas de projeção por parte do adversário).

Ainda, ações de potência da musculatura das costas e do tórax (respectivamente, no movimento de puxada para a guarda fechada e quando empurra o adversário para evitar ser projetado); ações de força máxima do bíceps (braquial e braquiorradial) e tríceps e, por fim, ações isométricas e de resistência muscular do antebraço, região lombar, abdominal e pescoço.

Principais músculos solicitados (técnicas de solo) - No solo, alternam-se constantemente ações dinâmicas e isométricas (para estabilização de alguma posição). Quanto às ações dinâmicas, há necessidade de força máxima e/ou potência para executar, por exemplo, um golpe de “raspagem”, passagem de guarda ou finalização.

Quando o atleta está por baixo (“fazendo guarda”) observa-se solicitação da região abdominal e lombar nas tentativas de raspagem ou defesa da guarda e dos adutores dos quadris ou “virilha” para manter o adversário na sua guarda (força isométrica). Ainda, das costas e tórax para puxar e empurrar na tentativa de concretizar algum golpe, do pescoço/trapézio e antebraços, respectivamente, para defesa de finalizações e “pegada”. Além disso, observa-se, frequentemente, a solicitação dos membros inferiores na tentativa de “raspar” ou inverter o adversário e também de “repor a guarda”.

Por cima, o atleta que, por exemplo, tenta passar a “guarda alta”, “toreando”, solicita os membros inferiores na tentativa de passar a guarda do adversário, as costas e o peitoral maior para manter sob controle as pernas do adversário e executar a passagem. Ainda, é solicitada a região lombar e abdominal para manutenção do equilíbrio e postura, evitando as tentativas de “raspagem” ou inversão. Além disso, é observada a solicitação do pescoço/trapézio para “fazer postura” para passagem de guarda e na defesa das tentativas de finalização do adversário por estrangulamento. Os antebraços são solicitados para a execução da “pegada”, envolvendo ações que caracterizam o uso da força isométrica, dinâmica e de resistência muscular.

Salienta-se que grande parte das posições de raspagem, reposição de guarda, passagem de guarda, finalização, etc. envolve rotação, solicitando principalmente a região lombar, abdominal, deltóides e membros inferiores. Desse modo, o trabalho de preparo físico e técnico para aplicação e resistência às forças rotacionais é de suma importância para atletas dessa modalidade.


Vale-Tudo ou MMA 


Nessa modalidade, são válidas ações técnico-táticas de três estilos de modalidades de combate – luta de projeção, de solo e de contato. Assim, por já tratarmos sobre as ações e regiões musculares mais solicitadas nos dois primeiros estilos, vamos concentrar nossas explicações sobre o terceiro estilo.

Em referência à utilização de golpes traumáticos, os membros inferiores tendem a ter ações de baixa intensidade (deslocamentos no ringue) e de potência: (a) para antecipação, ou seja, execução de golpes antes que haja ação do adversário; (b) nos golpes realizados especificamente pelos membros inferiores – chutes; (c) pela transferência de energia cinética, aumentando a força e velocidade nos golpes com solicitação de membros superiores – socos.

Quando um atleta desfere um chute frontal, “canelada”, joelhada, etc. a perna de ataque perde contato com o solo e uma única perna constitui a base de apoio, implicando manutenção do equilíbrio em apenas um pé. Além disso, quando o atleta realiza uma combinação sequencial de golpes (Ex: “canelada” seguido de socos) e a perna de ataque não retorna ao contato com o solo, é preciso que a musculatura dessa região seja capaz de manter a estabilidade, enquanto o restante dos segmentos efetua ação de grande potência.

Quando o atleta realiza um chute com extensão do joelho (Ex: chute frontal, canelada, etc.), os músculos mais solicitados são os extensores do joelho e flexores do quadril da perna de ataque (musculatura anterior da coxa – quadríceps femoral, iliopsoas, sartório e tensor da fáscia lata), além da região lombar e abdominal (solicitados para manutenção do equilíbrio e postura).

Quando o golpe é realizado somente com flexão do quadril (Ex: joelhada), além da região lombar e abdominal, os músculos mais solicitados são os flexores do quadril (musculatura anterior da coxa – reto femoral, iliopsoas, sartório e tensor da fáscia lata). Na perna que permanece apoiada sobre o solo, os músculos mais solicitados são os extensores do quadril e do joelho (glúteos e musculatura posterior e anterior da coxa), além dos flexores plantares (“panturrilha” - gastrocnêmio e sóleo).

Quanto aos golpes traumáticos com solicitação de membros superiores, observamos a necessidade de grande resistência muscular e potência, especialmente dos deltóides, tríceps e peitoral maior (socos em linha reta – Jab e Direto); bíceps (braquial e braquiorradial), antebraços, deltóides e peitoral maior (socos em ângulo e golpes com antebraço – gancho, upper, cruzado e cotovelada), além de resistência muscular de característica isométrica nos deltóides para manter a guarda alta (braços elevados com as mãos próximas do tórax e da cabeça).

Os músculos abdominais e lombares, além de serem solicitados para manutenção do equilíbrio e postura, transferem a potência iniciada pelos membros inferiores – energia cinética ou do movimento – para as costas e braços, aumentando a força e velocidade dos golpes.

Por fim, os movimentos de esquiva (pêndulo, flexão e extensão do tronco, flexão do tronco lateralmente, etc.) solicitam principalmente a região lombar, abdominal e o grande dorsal. Além deles, os membros inferiores também contribuem, contudo sua solicitação é ligeiramente inferior.


Conclusão

Baseados nessas informações iniciais (resumidas) para reflexão, o(s) treinador(es) em conjunto com o preparador físico do atleta pode auxiliar a direcionar a escolha dos exercícios versados na especificidade e, ir mais longe, ajustando às características individuais do lutador (individualidade biológica) para desse modo conseguir atingir seus objetivos o mais próximo possível da realidade da luta e do atleta em questão.


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Rodízio nas atividades


Essa última aula foi bem dinâmica , com um circuito de atividades que envolvem força, resistência e a pausa com Recuperação Ativa, ou seja, intervalos com alguma atividade. Isso de acordo com a necessidade do Judô, que possui momentos de força e intervalo estudando o adversário.

Temos aqui um circuito, cada estação com 5 minutos e cada atividade com 1 minuto e meio , ao término dos 5 min , troca-se de estação até chegar na ultima, lembrando que nos intervalos é aplicado o Ippon Seoi Nage  (bananinha).





Estação 1: Apenas aplicar o Ippon Seoi Nage e no intervalo pegada (kumikata)

Estação 2: Flexão com um braço na Medicine Ball alternado.

Estação 3 : Passadas com bastão sobre a costas .

Vlw =D

Special Judo Fitness Test

Quinta-Feira 08, Novembro

Olá galera , vamos apresentar agora o Special Judo Fitness Test:


Sterkowicz (1997, citado por FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001) propôs um teste específico para o judô de caráter intermitente, com a utilização da técnica ippon-seoinaguê.
    O teste segue o seguinte protocolo: dois judocas (ukes) de estatura e massa corporal semelhante (mesma categoria) à do executante são posicionados a seis metros de distância um do outro, enquanto o executante do teste (tori) fica a três metros de distância dos judocas que serão arremessados. O teste é dividido em três períodos: 15s (A), 30s (B) e 30s (C), com intervalos de 10s entre os mesmos (FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001).
    Durante cada um dos períodos, o executante arremessa os parceiros, utilizando a técnica ippon-seoi-naguê o maior número de vezes possível. Imediatamente após e 1 minuto após o final do teste é verificada a freqüência cardíaca do atleta. Os arremessos são somados e o índice abaixo é calculado (FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001): 

 
 
 

    Quanto melhor o desempenho no teste, menor o valor do índice (FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001). 






Então , realizamos esse teste com alguns alunos da nossa turma.



Matheus Aguiar aplicando o golpe
  


 E também algumas meninas:


Os resultados foram variados a tabela de avaliação pode se dar por número de arremessos, frequência cardíaca .. o que resulta em força e capacidade cardiorespiratória .



É isso ai galera até a próxima =D 


Combates e Imobilizações

E ai galera, o que vamos apresentar aqui é um pouco dos golpes de Judô que foram aplicados por nós na aula de lutas. Relembramos os golpes:

01- Quedas (Ukemis)

- Costas  -  Ushiro Ukemi
- Frontal  -  Mae Ukemi
- Antebraço  -  Zenpõ
- Lateral  -  Yoko Ukemi


02- Pegadas (Kumikata)

A pegada pode ser Gola-gola, Gola-manga, Manga-manga.


03- Movimentação (Shintai)


Ayumi-ashi: Andando normalmente.
Suri-ashi: Andando arrastando os pés.
Tsugi-ashi (apenas em katas): Anda-se colocando um pé a frente e arrastando o outro, sem ultrapassar o primeiro.

04- Projeções

Vertical - Mãos, Quadril, Pés

Horizontal - Lateral, Frontal

Mão: Bananinha ( Ippon seoi nage)
         Abração ( Koshiguruma)
         Sovacão

Quadril: Chazão (Ogoshi)
             
Pés/ Pernas: Vassourinha (de ashi barai)
                    Rodão (osotogari)
                    Rodão por dentro (oushigari)


05- Imobilização

Garagem - Yokoshirogateme
Abração - Honkezagatame
Lado - Tateshiro Gatame


Bem , depois disso vamos ver o que foi a prática...


Em duplas o combate se inicia com as pegadas, em seguida a tentativa de aplicar os golpes.
Como dinâmica tivemos os trios em que um ficava de árbitro e os outros dois em combate, havendo rodízio  no próprio trio e com outros trios .





Para o início do combate, o árbitro deve falar "Hajimê". As nossas lutas tiveram duração máxima de 1 minuto, ou caso algum dos competidores perdesse levando um Ippon. Assim, acontecia o rodízio do trio fazendo todos participarem.

Arigatô!!


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Nome dos golpes de Judô em japonês

                                      

Boa tarde à todos!

Mais por curiosidade, o vídeo postado acima possui vários golpes de Judô, com uma legenda embaixo citando o nome do golpe em Japonês. Também é um vídeo motivacional de Judô para quem ama este esporte! Lembrando que alguns dos golpes também são usados em outras lutas, por exemplo o Jiu-Jitsu brasileiro.

Referência: http://www.youtube.com/watch?v=1BmDS8IxSaM

1º Workshop de Lutas: Da pedagogia à preparação física

Nos dias 26 e 27 de outubro a PUCPR sediou o 1º workshop em lutas que contou com a presença das turmas do 3° e 4° periodos de Licenciatura e Bacharelado em Ed. fisica e com varios convidados para debaterem sobre os temas pedagogicos e de preparaçao fisica em lutas.
Concerteza foi uma otima oportunidade de conhecer um pouco mais sobre essa modalidade de esporte e ver relatos de professores e ex-atletas de varios tipos de lutas.



É isso ai pessoal até a proxima!

Seja rápido, encontre uma saída!

Aquecimento

Os alunos fizeram um alongamento específico para a aula, a proposta era COMO SAIR DAS IMOBILIZAÇÕES.

 A professora relembrou os tipos de queda do "coelhino" e rolamento para trás com o colega agachado atrás, como se fosse um tropeço. Acompanhe a imagem:

Esse é o tipo de queda frontal com a projeção do colega fazendo a pegada gola manga e projetando com o quadril.









COMO FAÇO PRA SAIR DO ABRAÇÃO?!!




Na figura, a pessoa que está por baixo, utiliza a mão direita para empurrar o ombro esquerdo de quem está por cima e tentando afastar o corpo do adversário...

Que no final fica assim:



Imagem retirada de  : http://www.google.com.br/imgres?um=1&hl=pt-BR&sa=N&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbnid=xtKFUJCqPgvsIM:&imgrefurl=http://ossetedias.blogspot.com/&docid=v4o8UUUJU-iUOM&imgurl=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHh6msu7NxB9KREa8dPSino6g8l8Ndq2gatw9zhBJrXGRqg0961Fme0MdP8k8eRczast9nz4SLnmMMH7vqK7w2w6XY0v37JE_Lv2brmIB1_MLd6CqjQauV0fQxITCwnDpHOtHLYfWrT-g/s1600/Jud%2525C3%2525B4.jpg&w=300&h=168&ei=fnmAUJXwO9St0AHxoYHAAw&zoom=1&iact=hc&vpx=488&vpy=12&dur=1981&hovh=134&hovw=240&tx=54&ty=41&sig=108097028736792371906&page=4&tbnh=134&tbnw=240&start=61&ndsp=22&ved=1t:429,r:54,s:20,i:298

All rights reserved.


Estrangulamento




A saída é, a pessoa que está embaixo puxa a perna pra cima apoiando o pé sobre o pé do adversário, fazendo uma elevação do quadril ou a "ponte" projetando-o para cima e para o lado.


E para finalizar, um agradecimento e a saudação do Judô à Jigoro kano e ao professor que deu a aula.